Sofia Vieira (portefólio de escrita)

O meu nome é Sofia. 

Trabalho com artes visuais, mas sempre gostei muito de ler e de escrever. E sempre gostei muito de jornalismo. Aqui ficam alguns bocadinhos que fui deixando pelo meu caminho na universidade, quando tive a feliz oportunidade de escrever mais e sobre mais temas. São essencialmente críticas musicais e notícias.

Espero que gostem.

Crítica Musical

Fishing For Fishies: o regresso do Boogie Rock

Fishing For Fishies é um álbum inundado de Blues-Rock, onde as harmónicas guincham, os sintetizadores adicionam camadas futuristas e as guitarras são absolutamente vigorosas. O 14º álbum dos King Gizzard & The Lizard Wizard é mais uma prova da versatilidade do grupo australiano.

Há muito poucas bandas tão interessantes quanto King Gizzard & The Lizard Wizard, pois são capazes de produzir música a um ritmo incomparável e transbordar uma energia divertida e despreocupada, que torna tão fácil ador

#ARQUIVO | Unknown Pleasures: a intemporalidade e o efeito cataclísmico de Joy Division

Unknown Pleasures é um dos álbuns mais marcantes da história da música moderna, por ser um álbum que flui perfeitamente e cria uma atmosfera muito surreal. Os Joy Division foram uma das primeiras bandas a criar música verdadeiramente deprimente que funcionasse lindamente, porém é lamentável que a dor simbolizada em muitas das canções de Ian Curtis fosse muito pior na realidade.

O ano era 1979, as pessoas ainda estavam a tentar descobrir como seguir com as suas vidas após o furacão chamado Punk

Over and Out: uma viagem pelo mundo negro de IVY

Over and Out marca a estreia da bracarense Rita Sampaio (IVY) como artista a solo. A vocalista dos Grandfather’s House tem já um longo percurso no mundo da música e é, sem dúvida, uma das vozes mais distintas da atualidade. O primeiro álbum a solo explora o lado mais íntimo e pessoal da artista.

A primeira faixa dá nome ao projeto e começa com vocais suaves e absolutamente hipnotizantes. Rita Sampaio já tinha confessado ao ComUM que este álbum era uma espécie de “um diário em forma de canção”,

Toast To Our Differences: um brinde que não correu tão bem

Toast To Our Diferences marca o regresso da banda britânica de Drum & Bass, Rudimental. O terceiro álbum de estúdio soa curiosamente como se tivesse sido feito para alcançar o maior número possível de ouvidos, sendo que o grupo tem promovido este projeto como uma fusão transcultural, com a intenção de destacar músicos de várias origens diferentes para estimular a união.

Contando com a colaboração de artistas dos mais diversos países, desde o Zimbabué até à Jamaica, o álbum joga com a Eletrónica

O Indie que se rendeu ao Hip-Hop

Reduxer é uma experiência de som completamente alterada, que mostra que boa música pode ser transformada em qualquer coisa. Mesmo tendo um núcleo Indie, típico de Alt-J, o que torna surpreendente este álbum é o quão bem ele funciona como um disco de Hip-Hop.

Em colaboração com rappers e produtores de todo o mundo, Reduxer, o quarto álbum de Alt-J, é uma reinterpretação do terceiro álbum da banda, Relaxer. O contraste entre os dois é nítido e acentua os melhores aspetos dos extremos da banda. Re

High as Hope, o Diário de Florence Welch

High As Hope é um álbum bem-vindo na carreira da banda. Welch reflete sobre o passado, com um firme enraizamento no presente. Canta com clareza sobre as maiores questões da vida, como a solidão, o arrependimento, o amor não correspondido, o amor próprio e o empoderamento feminimo.

“June” abre o álbum com o nome do mês. Começa com as palavras “The show is ending and I have started to cry”. Os vocais expressivos e vulneráveis de Welch são incomparáveis. A meio do primeiro minuto há um efeito elet

Fado e rock: Combinação improvável?

Os últimos dois meses de 2017 foram marcados pela digressão que levou Linda Martini e The Legendary Tigerman “a combate” por todo o país. Ainda 2018 dá os primeiros passos e o quarteto aventura-se de novo, desta vez com o lançamento de um álbum homónimo. Linda Martini surge como uma espécie de revelação. Afinal de contas, toda a gente conhece a “Unicórnio de Sta. Engrácia”, mas ninguém sabe quem é realmente Linda Martini enquanto mulher. A esta questão a banda responde na capa do novo disco, com

O limbo entre o apocalipse e a utopia de Polygondwanaland

King Gizzard & The Lizard Wizard tiveram um ano ocupado, sendo este o quarto de cinco álbuns propostos para 2017. Polygondwanaland é a combinação e, ao mesmo tempo, o resultado dos últimos 5 anos de trabalho da banda, mas aperfeiçoado. É, de longe, o projeto mais experimental e desafiador dos australianos.

O álbum abre majestosamente com “Crumbling Castle” e somos desde logo invadidos por ritmos de jazz combinados com riffs poderosos. A música transita para um solo de flauta delicado, antes de

Tão bom quanto Liam se gabou que seria

O antigo frontman dos Oasis, Liam Gallagher, afirma ser o último de uma raça moribunda: a verdadeira estrela do rock. Ninguém precisa de ser relembrado do passado atribulado da banda de Manchester. Precisam, sim, de ouvir a primeira coleção a solo de músicas de Gallagher, que prepara outra investida no rock ‘n’ roll. Em As You Were, Liam prova que ainda tem uma das vozes mais distinguíveis da música contemporânea.

Enquanto os anos 60 e 70 permanecem, como sempre, pontos de referência, a psicadé

Concrete and Gold, um álbum com tanto de ouro como de betão

Precisamente dois meses e nove dias após terem enchido os corações de milhares de pessoas no passeio marítimo de Algés, os Foo Fighters voltam a atacar, desta vez com o lançamento do álbum Concrete and Gold.

Dave Grohl descreveu o nono álbum da banda como “a versão dos Motorhead do Sergeant Pepper”. Os amantes da música e, sobretudo, os amantes do rock, sabem que a combinação é improvável: a harmonia e graciosidade dos Beatles, com a rispidez do hard rock de Lemmy Kilmister.

No meu top 3 está,

Notícias e Reportagens

Nova prova de acesso à especialidade de Medicina vai custar 90€

O despacho sobre a nova prova de acesso à especialidade em Medicina foi publicada esta sexta-feira em Diário da República.

A Ordem dos Médicos chegou a acordo com as Escolas Médicas e com o Ministério da Saúde e ficou estabelecido que, a partir de 2019, será abolida a prova dos médicos conhecida como Harrison e entrará em vigor uma nova prova de acesso à especialidade. Os objetivos da restruturação passam por tornar mais equitativa a avaliação dos conhecimentos dos candidatos e influenciar posi

Campus de Azurém inaugura novo acesso em junho

A obra vai permitir a ligação entre o campus de Azurém e o centro da cidade de Guimarães.

Rui Vieira de Castro, reitor da Universidade do Minho, e Domingos Bragança, presidente da Câmara Municipal de Guimarães, visitaram esta terça-feira as obras de reperfilamento da rua de Francos, que passará a ligar o campus de Azurém ao centro da cidade. A inauguração está marcada para 24 de junho.

Rui Vieira de Castro, que considera a obra que estrutura a traseira do campus como uma “velha necessidade”, f

Santuário do Bom Jesus candidato a Património Mundial da UNESCO

A candidatura do Santuário do Bom Jesus do Monte, em Braga, a Património Mundial da Humanidade foi entregue há dois dias no Centro do Património Mundial da UNESCO. O Arcebispo Primaz, D.Jorge Ortiga, mostra-se otimista quanto ao sucesso da candidatura.

A iniciativa contou com o apoio do Grupo de Trabalho Interministerial, em colaboração com os Ministros da Cultura, do Ambiente e dos Negócios Estrangeiros. Foi Miguel Bandeira, Vereador do Património da Câmara de Braga, a deslocar-se a Lisboa par

Japonês Kurokawa traz milhares de curiosos ao gnration

A instalação do artista japonês faz parte do programa “Scale Travels” do gnration, e inspira-se na investigação em nanotecnologia do INL. Isto num ano em que Braga foi eleita Cidade Criativa Da UNESCO na área das Media Arts.

Terminou no passado dia 20 de janeiro a exposição que, durante os últimos três meses, teve lugar na galeria INL do gnration. “ad/ab atom” é um projeto realizado pelo artista japonês, Ryoichi Kurokawa, em parceria com o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (IN

Mão Morta mais vivos do que nunca

Este sábado, dia 6 de janeiro, os Mão Morta regressaram à terra natal e passaram pelo Theatro Circo para um concerto comemorativo dos 25 anos do álbum “Mutantes S21”. O quarto disco dos bracarenses foi lançado em 1992 e no ano seguinte foi apresentado naquela mesma sala num concerto que foi recordado na noite de ontem. “Mutantes S21” foi classificado pela revista Blitz como o segundo melhor álbum de música portuguesa da década de 1990.

Minutos antes da abertura das portas do teatro, Leandro San

A experiência transcendente de Forest Swords

Na noite de ontem, a blackbox do Gnration recebeu Matthew Barnes, nome por detrás de Forest Swords, projeto de música eletrónica experimental. O britânico passou por Braga e atua hoje em Lisboa para apresentar o seu segundo álbum de estúdio, “Compassion”.

Momentos antes de começar o espetáculo, Andreia Mafra contava que já conhecia o artista, de quem é fã e que, portanto, as expectativas eram elevadas. Acrescentando que o Gnration tem feito um excelente trabalho relativamente à sua programação.

Fernando Pessoa voltou ao Theatro Circo

A Companhia de Teatro de Braga, ao longo dos dias 24 e 25 deste mês, deu-nos a conhecer um pouco daquela que é uma das mais reconhecidas figuras da literatura portuguesa, Fernando Pessoa. A peça, encenada por Sílvia Brito e reproduzida pelos atores André Laires, António Jorge e Eduarda Pinto, teve lugar no auditório pequeno do Theatro Circo e contou com a presença de várias turmas do ensino secundário.

“There sleeps a poem in my mind”. As luzes apagam-se e é este o verso que dá início ao espetá

O regresso com "Whiskey" de Jay-Jay Johanson

Foi com alguns minutos de atraso que Jay-Jay Johanson deu início ao concerto da noite de sábado, no Theatro Circo. O músico sueco que já passou por Braga em 2015 voltou assim para celebrar os 20 anos do álbum “Whiskey”, em frente a mais uma casa cheia.

O público, maioritariamente de meia-idade, mostrou-se desde logo entusiasmado e com grandes expectativas. Quando entrámos na sala e olhámos para o palco, chamou-nos a atenção a simplicidade: uma bateria, um teclado e um piano constituíam o leque